quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lendas, histórias e contos mal-feitos

- É verdade o que estão dizendo por aí?
- O que estão dizendo? - me fingi de cínica pra ver até onde ia o medo da Gabi.
- Todo aquele lance da casa que tem do lado da minha, da menina, da senhora, da piscina... - ela disse com a voz falhando.
- Você se mudou faz pouco tempo, não é? Então, não sabe da VERDADEIRA história. Eu vou te contar, menina. Você está realmente pronta pra ouvir?
- Si-sim.

Estávamos em frente a sua casa, sentadas. O céu estava escurecendo aos poucos, como se o sol não quisesse sumir e a lua, não quisesse levar todo seu brilho pra nos iluminar. Nós ouvíamos barulhos ao longe, pessoas passando na rua, tudo como sempre acontecia por ali, tirando a quantidade enorme de crianças. Haviam muitas, brincando.
Reparei uma em especial antes de começar a contar a história, era a única que não parecia animada, estava distraída, nos olhava as vezes. Era estranho.

- A verdade é que morava uma mulher e sua mãe, uma senhora muito idosa. A mulher era muito sociável, mas não consigo lembrar o nome dela. A senhora, já era mais reservada, não ousava sair de casa, o máximo que fazia era por seu rosto enrugado na janela.
Tal mulher apareceu grávida, teve seu neném, mas nunca voltou da maternidade. Disseram que ela morreu, com uma morte trágica e violenta, mas não houve enterro ou lágrimas perceptíveis saindo da velha senhora.
A única sobrevivente da família criou o bebê, que até os 5 anos, foi pra creche com marcas misteriosas no corpo. Ninguém sabia o que era e por mais que tentassem, a senhora não dizia nada a respeito. A escola pro menino chegou e as marcas só aumentaram, até atingir os seus 10 anos.
Foi aí que a senhora foi encontrada morta na piscina e o menino com um enorme corte no pescoço, lá no ultimo andar. A lenda diz que o menino matou a velha por vingança e depois se matou com medo de ficar sozinho. Agora, ouvem-se os gritos da senhora e há marcas fracas de sangue em formatos de mãos pequeninas no chão.

- -para, por favor. Eu tenho medo, vou acabar ouvindo os gritos. - ela riu.
- Parar, por quê? A história tá quase toda certa.

Não fui eu quem disse, não foi a Gabi. Então, olhamos assustadas pro lado e era aquela criança, que brincava avoada. Achei estranho porque ele era novo demais pra saber dessas coisas. Até ele continuar dizendo.

- Vou te corrigir em alguns pontos, ok? - ele disse com um sorriso bizarro. - Minha avó foi encontrada na beira da piscina, com muitas marcas pelo corpo e com o pescoço cortado também. E eu, estava pendurado na bancada lá de cima, sorrindo. Eu nunca senti medo, não matei minha querida vovó por isso, foi apenas porque ela merecia. Ela me torturou durante 10 dez anos e não sei porquê quando voltamos a esse mundo, ela não me agradece. Dou-lhe uma morte rápida sempre.
- Quando voltamos a esse mundo? - eu repeti a frase - pare de bobeira moleque! E vá brincar com seus amigos.
- Sim, não sei a razão, mas todos os dias estamos aqui. Você nunca ouviu meus gritos? Você acha que depois de tantos anos aquelas mãos estariam ali? Acho que não.

Foi aí que ele levantou o pescoço e voltou a parte das crianças. Havia um corte ali, horrível, fundo. Um grito de angústia saiu da minha garganta, mas meu sinal sumiu no ar, andou para longe e jamais encontrou ouvidos.

Texto para OUAT - Primeiro tema da gincana.

5 comentários:

Nícolas Queiros disse...

Caramba o_o
Bela história aly ^^
Parece até aqueles contos clássicos de Stephen King >.<
Bjãaao se cuida ;D

Um Jardim para Maria disse...

:O
ameeei a história, de verdade. Me prendeu legal. Deu um certo medinho (sou MUITO medrosa). Parabéns. Vou ler os outros agora!

beijos

Anônimo disse...

Medo ;o
Muito bom, mesmo, assustados oO'

Estou seguindo ;D

http://cgw-sonhoperdido.blogspot.com/

Meus desabafos :) disse...

Nossa, que legal.AHAHAHAH. Adoro histórias assim *_______*
AHAHAHHA.
Parabéns por ser tão criativa!


Beeijinhos :)

Chris disse...

puxa isso que é terror puro!

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